O Rescaldo da Estafeta de Palmela (Bairro Alentejano)

Foi apenas mais uma corrida de muitas, dirão uns, a verdadeira prova onde se corre mais pelo colectivo do que por recordes pessoais, digo eu.

E este “colectivo” APP tem muito que se lhe diga. É o nosso clube, a nossa identidade, a nossa família de amigos, as nossas cores, é tudo o que nos une e que nos impele a correr ainda mais rápido, sempre com a ideia em mente de não prejudicar o tempo final, nem o esforço do amigo que correu antes ou do que se segue.

Se antes da prova, é aquele bichinho chamado nervoso miudinho ou ansiedade que ataca forte, no final fica uma sensação espantosa de dever cumprido.

Contámos com duas equipas, a primeira recheada de valores consagrados (A-Alpoim, Veiga, Graça e Pedro Ribeiro), angariada e organizada pelo nosso amigo Isidro Fontes (bem-hajas, campeão), e uma segunda com atletas em evolução (B-Carlos, Gabriel, Luís Pires e Edgar), onde se portaram todos à altura do evento.

Houve também, e mais uma vez, o excelente apoio dado pelos atletas-ciclistas APP (Nascimento e Abrantes) na partida, ao longo do percurso, no final e até na entrega dos troféus. Foram o nosso 9º e 10º atletas…e tiveram direito a um rasgado mas totalmente merecido elogio.

Resultado final muito bom, equipa A num excelente 14º lugar e a equipa B num honroso e merecido 33º lugar, num total de 46 equipas em prova e com atribuição de taça até à 40ª.

Houve almoço convívio, como é usual, seguido da entrega dos troféus. E aqui sim, aconteceu o momento do dia. Ao ser chamada ao pódio, a equipa APP ouviu do comentador de serviço uma ironia que nada agradou aos elementos presentes, por não ter sido entendida enquanto tal (ironia).

Ainda assim, retive a expressão de contentamento humilde, genuíno e merecido do Edgar, ao levantar o nosso “caneco”, que poderão constatar nas fotos da prova (aqui sim, uma imagem vale bem mais do que mil palavras…). E relembro-me das suas palavras emocionadas, contrastando com o nosso espanto e preocupação, de que o nosso clube é “só” uma família, que não nos deveriam ter tratado assim.

Após termos recebido o troféu da equipa A, o Nascimento foi tentar perceber, junto da organização, o porquê da declaração menos positiva feita minutos atrás. Apenas para ouvir da mesma, os mais tecidos elogios à nossa agremiação, pois a referida ironia mais não era do que uma constatação, feita por um elemento dos APP no ano transacto, de uma excelente organização que fez, e continua a fazer, “das tripas coração” para que tudo corra pelo melhor e que, inclusive, serviu de motivação extra para toda a equipa organizativa da prova. Tal facto foi corroborado, pelo microfone, para toda a plateia e o respectivo agradecimento feito pelo nosso amigo A. Nascimento, da mesma forma.

Desfeito o equívoco, seguimos para casa com uma alegria muito especial nos nossos corações.

Tudo isto torna esta estafeta numa prova muito especial e acarinhada por todos e que, creio não estar enganado, traz ao de cima o melhor de cada um de nós. Experimentem, no próximo ano…

 

Pedro Gabriel